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Alckmin ressalta importância de reciclagem de baterias: "ajuda meio ambiente"

O presidente em exercício esteve na unidade do Grupo Moura, nesta sexta (6), e comentou sobre a geração de emprego para o estado. Nova unidade faz parte do programa federal Nova Indústria Brasil

Adelmo Lucena

Publicado: 06/06/2025 às 15:16

Alckmin, Raquel e João Campos visitaram centro de reciclagem da Baterias Moura, no Agreste /Rafaekl Vieira/DP

Alckmin, Raquel e João Campos visitaram centro de reciclagem da Baterias Moura, no Agreste (Rafaekl Vieira/DP)

O presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, visitou nesta sexta-feira (6) a nova Unidade de Reciclagem e Metais do Grupo Moura, localizada no Complexo Industrial da empresa em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco.
Ele estava acompanhado da governadora Raquel Lyra, do prefeito do Recife, João Campos, e do prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela.

“Nós não poderíamos comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente de forma melhor do que estando aqui nas Baterias Moura, esse grande complexo industrial aqui em Belo Jardim, que é propulsora de energia, com 60% das baterias veiculares do nosso país e quase 100% de reciclagem. Então, ele pega o chumbo das minas, reaproveita, gera emprego na cadeia da economia circular, tem uma melhor competitividade e ajuda o meio ambiente porque tem uma menor emissão de carbono”, afirmou Alckmin.

Inaugurada em abril, a unidade recebeu um investimento de R$ 850 milhões, o maior já feito pela empresa.

O projeto gerou mais de 300 empregos diretos e indiretos, contribuindo para o desenvolvimento econômico do interior do Nordeste.

A planta é dedicada à reciclagem de chumbo proveniente de baterias usadas, o que permitirá à empresa dobrar sua capacidade de reaproveitamento do metal para mais de 200 mil toneladas por ano.

O chumbo reciclado será utilizado na produção de novas baterias, reduzindo a necessidade de extração de matéria-prima e promovendo um modelo de economia circular.

A unidade conta com sistemas automatizados de controle ambiental, eficiência energética e segurança operacional. Entre os diferenciais estão o uso de energia eólica, barragens para armazenamento de águas pluviais e sistemas modernos de captação e drenagem. Além disso, os fornos utilizam oxigênio consorciado ao gás natural, contribuindo para a redução das emissões de carbono.

“Na semana do meio ambiente, nada melhor do que a gente trabalhar desenvolvimento econômico, sustentabilidade. E aqui, no agreste pernambucano, em terras que pareciam improváveis, a gente ter a ousadia e a coragem de gente empreendedora, como Sr. Edson Moura. O governo de Pernambuco vem trabalhando muito na renovação dos incentivos fiscais da indústria automobilística, das baterias, que conseguiu ser feita ao longo do ano ado, e com os benefícios fiscais nossos”, disse a Raquel Lyra.

Reconhecido pelo Banco do Nordeste como um dos projetos mais inovadores já financiados pela instituição, o empreendimento está alinhado ao programa federal Nova Indústria Brasil, que incentiva a transição para uma economia verde e descarbonizada.

Otimismo

Durante a visita à nova Unidade de Reciclagem e Metais do Grupo Moura, localizada no Complexo Industrial da empresa em Belo Jardim, o presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB) disse estar “otimista” com o primeiro leilão para contratar baterias para o sistema elétrico brasileiro. A medida está prevista para outubro deste ano.

“Estamos otimistas com o primeiro leilão que o Brasil vai ter de armazenamento de energia através de baterias que a Moura esteja presente, sempre na vanguarda do desenvolvimento”, afirmou.

O leilão pode se tornar a peça-chave para enfrentar dois dos principais desafios do setor elétrico: os cortes na geração de usinas eólicas e solares, provocados pela falta de linhas de transmissão, e os riscos de apagões associados à intermitência dessas fontes de energia.

De acordo com uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo na última semana, o certame só deverá avançar após a definição de uma data para o leilão de contratação de usinas termelétricas.

A decisão teria motivação política. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, mantém vínculos com o setor de gás natural, que temem perder espaço no sistema elétrico com a entrada das baterias de armazenamento.

Leilão

Nesse modelo de licitação, vence a proposta que exigir a menor remuneração para prestar o serviço, cujo custo é reado aos consumidores nas contas de luz.

As diretrizes oficiais do leilão ainda não foram publicadas. A expectativa do setor é que ele contemple projetos de sistemas de armazenamento em baterias stand-alone (independentes de usinas específicas) e sistemas híbridos, conectados a plantas de geração, geralmente solares ou eólicas.

As baterias permitem armazenar energia gerada por fontes renováveis e por termelétricas. Isso ajuda a reduzir a necessidade de cortes.

Em dezembro de 2024 os cortes chegaram a 17,8% da energia gerada por usinas solares e a 9,8% nos parques eólicos, de acordo com cálculos do Itaú BBA com base em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A busca por maior flexibilidade no Sistema Interligado Nacional (SIN) ganhou força após o apagão de agosto de 2023. Na ocasião, uma falha em uma linha de transmissão no Ceará provocou uma sobrecarga, deixando cerca de 27 milhões de brasileiros sem energia.

 

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