Hamas diz que entrega controle de Gaza se guerra acabar
O Hamas está disposto a entregar imediatamente o governo da Faixa de Gaza a um organismo nacional e profissional palestino
Publicado: 06/06/2025 às 12:37

Uma criança palestina visita o túmulo de um ente querido no primeiro dia do festival muçulmano Eid al-Adha em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, em 6 de junho de 2025, em meio à guerra entre Israel e o Hamas. (Foto de Eyad BABA / AFP) ( AFP)
Nesta sexta-feira (6), o principal negociador do Hamas, Khalil al-Hayya, nas conversações com as delegações israelenses e os mediadores, afirmou, que o grupo está pronto para entregar imediatamente o governo da Faixa de Gaza a um organismo nacional e profissional palestino, desde que seja consensual, se Israel p fim à ofensiva militar.
Em um discurso na comemoração muçulmana do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício), Al-Hayya também responsabilizou o governo do premiê Benjamin Netanyahu de obstruir as negociações para alcançar o fim da guerra por motivos pessoais e ideológicos.
Além disso, reiterou que o Hamas aceitou uma proposta dos Estados Unidos apresentada há cerca de duas semanas para alcançar uma trégua, mas que foi rejeitada por Tel Aviv, o que fez Washington recuar.
O grupo ainda garantiu que está disposto a uma nova rodada de negociações sérias que permita alcançar um acordo de cessar-fogo permanente.
Al-Hayya também denunciou que Israel insiste em manter o controle total sobre a ajuda humanitária, através de um mecanismo, a Fundação Humanitária para Gaza (FHG), uma entidade privada, que vem sendo criticado por organismos internacionais e pelas Nações Unidas por considerar que não cumpre os princípios humanitários básicos da distribuição de ajuda. Assim como as mortes e os feridos civis que aconteceram em duas ocasiões na distribuição de comida.
No enclave palestino, a população permanece enfrentando graves dificuldades de fome e desnutrição e na quinta-feira (5), dois centros da FHG abriram por apenas algumas horas e hoje já voltaram a ser fechados.
Missão marítima com ativistas segue para Gaza
Enquanto isso, a caminho da Faixa de Gaza, a embarcação Madleen, que partiu de Catania, na Sicília, e viaja com a bandeira do Reino Unido, leva uma missão de ativistas com ajuda humanitária.
A missão foi organizada pela Coalizão da Frota da Liberdade (Freedom Flotilla Coalition, que destaca que a ação é inteiramente pacífica e os voluntários aram por treinamentos de não violência, sem porte de armas. A previsão é que a embarcação chegue a Gaza na próxima segunda-feira.
O grupo é formado por 12 tripulantes, entre os quais a ativista pelo clima Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, a deputada sa do parlamento europeu Rima Hassan e representantes da Alemanha, Turquia, Espanha e Holanda.
No entanto, o barco deve ser interpelado pelo bloqueio marítimo que as forças israelenses fazem no território. Além de as autoridades de Israel já terem emitido alertas contra a missão.
“Estou a bordo do Madleen porque o silêncio não é neutralidade, é cumplicidade. O povo palestino em Gaza está faminto e massacrado, e o mundo assiste. Este navio não está apenas levando ajuda, está levando uma exigência: fim do bloqueio. Fim do genocídio”, declarou Hassan.
“Os tripulantes deste barco não vão obedecer a qualquer tentativa do exército israelense de nos travar”, disse Ávila, acrescentando que nas últimas três noites, vários drones sobrevoam o barco.
Por meio das redes sociais, Thiago relata sobre a viagem da expedição humanitária, que acontece um mês após outra embarcação com destino a Faixa de Gaza ter pegado fogo e emitido um sinal de socorro, supostamente após ter sido atingida por drones na costa de Malta.

