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Bruno e Dom: 3 anos após crime, Vale do Javari continua sob ameaça

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos em uma emboscada, em junho de 2022

Por Agência Brasil

Bruno Pereira e Dom Phillips foram executados no município de Atalaia do Norte (AM)

Três anos atrás, no dia 5 de junho de 2022, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram executados no município de Atalaia do Norte (AM), nas redondezas da


Recorde o caso de Dom e Bruno

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos em uma emboscada, em junho de 2022. Foram vistos pela última vez quando iam da comunidade São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, onde teriam um encontro com lideranças indígenas e de comunidades ribeirinhas. Seus corpos foram resgatados dez dias depois. Eles foram enterrados em uma área de mata fechada, a cerca de três quilômetros da calha do Rio Itacoaí.

Identificados e detidos, Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima foram denunciados, em julho de 2022, por ass e ocultar os cadáveres das vítimas. Na denúncia, o MPF apontava que, inicialmente, Amarildo e Jefferson itiram os crimes, embora, posteriormente, tenham mudado os depoimentos.

Ainda assim, para os procuradores, “os elementos colhidos no curso das apurações apontam que o homicídio de Bruno teria correlação com suas atividades em defesa da coletividade indígena. Dom, por sua vez, foi executado para garantir a ocultação e impunidade do crime cometido contra Bruno”.

Em dezembro de 2023, a PF prendeu o homem que trabalhava como segurança particular de Rubem Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, denunciado pelo Ministério Público Federal como mandante dos assassinatos de Bruno e Dom. Colômbia estava preso por chefiar uma quadrilha.

O inquérito da PF ficou pronto dois anos e meio após o crime. Ao todo, nove pessoas foram indiciadas.

Em agosto de 2024, a Univaja se pronunciou sobre a mudança do delegado à frente das investigações do caso. No mês seguinte, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) analisou um recurso da defesa dos acusados e decidiu manter o julgamento de Amarildo da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima por júri popular. Porém, entendeu que não havia provas suficientes contra Oseney da Costa Oliveira no crime, algo que o MPF contesta.

A Univaja fez um apelo para que o MPF recorresse. Em outubro de 2024, o MPF entrou com recurso pedindo que Oseney fosse a júri popular.